
A imagem ao lado, representa o pensamento de muita gente: evangélicos (que se sentem perseguidos); os concorrentes (que
apoiam qualquer manifestação contrária a emissora); os intelectuais e educadores (que realmente acreditam no que diz a imagem).
De fato, algumas questões me surgem em relação à
responsabilidade dessa (e das outras) emissora, quanto a produção de um conteúdo educativo e relevante, que ao mesmo tempo, sirva de
entretenimento para o
telespectador Tupiniquim.
Alguém pode me explicar por que a rede Globo exibe seus melhores programas nos horários mais restritos ao trabalhador brasileiro? Claro que sabemos! Estamos falando de
"din din", ou melhor,
"plim plim". Os reclames, como anuncia Fausto Silva, são os cavalos que movem a grade da emissora, os quais, são movidos pela audiência. A equação é simples: O dinheiro vai para onde a audiência está. Se for para programas relevantes, melhor para o povo brasileiro, se não for, problema dele.
O absurdo disso tudo, é que justamente o povo brasileiro, é quem determina para onde vai a grana, através das suas escolhas de canais e programas assistidos. Sabendo disso, e claro, baseadas em seus índices de audiências passados, emissoras como a rede globo, entendem que programas de cunho cultural como: Altas Horas; Som Brasil; Programa do
Jô;
Ação; Globo Ecologia; Globo Ciência e Profissão Repórter, acabam sendo trocados, pelo
telespectador, por um
entretenimento "barato" na emissora concorrente. Por isso, são exibidos em horários dificílimos de serem acompanhados pela grande massa. São exibidos após à meia noite ou antes das oito da matina, pois realmente são feitos para uma
target diferenciada da população.
Na verdade, somos nós mesmos quem montamos as grades de programação de todas as emissoras. Pois, os
anunciantes que patrocinam os programas, o fazem conforme a audiência dos mesmos, ou seja, nós decidimos qual programa é mais lucrativo para eles.
Apesar disso, o brasileiro não percebe que possui tamanho poder, vemos isso claramente na política. A
precariedade da nossa educação escolar e familiar, influenciam potencialmente a nossa condição manipulável. Por isso, talvez tenham razão aqueles que ainda hoje, insistem em dizer que as novelas da globo só ensinam
"o que não presta". Sim, pois as emissoras sabem do poder de persuasão que exercem. Este é outro tema curioso, pois, escritores como o
Manoel Carlos, sempre desenvolvem seus textos baseados em fatos da realidade, em conjunto com muita pesquisa de campo. Dizer que uma obra de ficção, influencia o comportamento de toda uma nação, só demonstra que a população em geral, não tem estrutura para assistir tais programas, o que nos leva a imaginar a criação de uma nova classificação para os programas exibidos, definidas pelo nível cultural de quem pode assisti-los, algo do tipo:
Proibido para quem acredita em papai
noel; Proibido para rebeldes sem causa; Proibido pra adúlteros
incorrigíveis. Nestes casos, a arte imita a vida, e a vida, "reaprende" como fazer com a arte. Tornando o brasileiro um subproduto dele mesmo.
Enquanto o bom senso crítico não for comum à maioria da população, torço para que o impossível ocorra, para que emissoras dominantes como a rede globo, nos forcem a consumir cultura e bons valores, através de programas de qualidades exibidos em horários de grande audiência, nem que seja através de suas novelas.
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