quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mensalão dos restaurantes nas viagens de ônibus

12:40 AM, horário de verão em Brasília, o ônibus estaciona em algum lugar no meio do nada. Um pequeno povoado parado no tempo. Entre a poeira e os tupiniquins locais, havia um estabelecimento que o motorista teve a cara-de-pau de chamar de restaurante.

Ok, eu explico. Tudo começou...

Após um ano de labuta, de muitos pagamentos de contas, de muito ônibus lotado e escândalos noticiados na nossa linda e "empoeirada" capital nacional, estávamos enfim, embarcando para as nossas desejadas e merecidas "férias de fim de ano". Sexta-feira, dia 18 de dezembro, eu, a patroa e Deus, embarcamos numa viagem de 36 horas rumo à Parnaíba, litoral piauiense.
Por não termos nos planejados com alguns meses de antecedência, a possibilidade de relizarmos o trajeto de avião se tornou financeiramente inviável. Então, optamos por uma viagem de ônibus.
Graças a Deus, conseguimos comprar passagens para as primeiras poltronas do ônibus, onde o espaço para esticar as pernas é um pouco maior, o que é um tremendo benefício numa viagem tão longa.
Conforme os caminhos foram sendo percorridos, algumas questões começaram a intrigar minha linda esposa. Ela começou a me questionar qual era o critério utilizado pelo motorista, ao escolher os restaurantes das paradas para as refeições e banhos, pois já percebia que não estávamos parando nos melhores locais. Eu expliquei para ela, que a corrupção não era uma exclusividade da classe política, e que existia um "esquema" para determinar os locais escolhidos para as paradas. Ela surpreendeu-se em ouvir que existia mensalão até para motoristas de ônibus de viagens interestaduais. Em sua santa ingenuidade, ela supunha que a empresa responsável pelo transporte, se preocuparia em escolher os melhores restaurantes (melhores comidas e melhores instalações) para um melhor conforto dos passageiros.
Foi quando chegamos à introdução deste post. Uma cidade, no interior do Piauí (não lembro o nome), onde a única placa existente dizia: TERESINA - 500 KM. De um lado, NADA! Absolutamente nada. Do outro lado, um posto de gasolina com uma pequena instalação. Ainda estávamos com a terrível suspeita de que o ônibus tivesse quebrado, e por isso, o motorista foi obrigado a estacionar naquele local fora do mapa, mas essa impressão foi subitamente interrompida pela realidade que era muito pior: - "Parada para o almoço de 30 minutos!" Avisou o motorista aos passageiros.
Descemos com aquela sensação de que o tempero e o preço deveriam compensar o embaraço da imagem, até sermos novamente, trazidos à realidade pela falta de opção no self-service e pela "bagatela" de R$ 18 pilas, o quilo.
Enfim, quem está na chuva é pra se molhar, mas como seguro morreu de velho, fui primeiro ao caixa perguntar se ele aceitava cartão da bandeira Redecard. O atendente meu olhou meio que tentando assimilar a minha pergunta e apenas apontou com o queixo o cartaz da bandeira VISA, esboçando um: - "Sim." Eu saquei o cartão, mostrei que se tratava de outra bandeira e insisti na pergunta. Novamente ele me olhou com uma cara de: - "O que esse cara tá dizendo???" E então, me despachou, repetindo o mesmo movimento com o queixo apontando para o cartaz da VISA dizendo: - "Não."
Resumo da ópera: Não tínhamos dinheiro para almoçar no estabelecimento que antes desdenhávamos. Aqui vai uma boa dica: LEVE DINHEIRO! CASH! DINDIN! Pouco, mas leve.
Ao retornarmos para o ônibus e nos confortarmos com um belo pacote de batatas fritas e refrigerante, observamos o motorista receber um tapinha nas costas acompanhado de um discreto envelope com sua comissão.
É isso mesmo!!
Bom, pensei bem em desabafar esse fato tão comum à todos aqueles que viajam de ônibus nesse nosso Brasilzão! Afinal, em época de tantos processos, tal exercício da livre expressão é visto como calúnia e difamação, até por que, para afirmar tal coisa, nós teríamos que ter filmado o motorista recebendo tal envelope. Vou deixar no ar se filmamos ou não. Só adianto, que a patroa estava de posse do seu celular, que possui dispositivo de filmagem. GRAÇAS A DEUS! A verdade é que na revisão desse texto, covardemente, retirei o nome da empresa de ônibus.
Essa é uma das muitas aventuras que estamos vivendo nessa viagem, até a volta, com certeza teremos mais posts.
Até lá!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A Rede Globo é a vilã da boa cultura Tupiniquim?

A imagem ao lado, representa o pensamento de muita gente: evangélicos (que se sentem perseguidos); os concorrentes (que apoiam qualquer manifestação contrária a emissora); os intelectuais e educadores (que realmente acreditam no que diz a imagem).
De fato, algumas questões me surgem em relação à responsabilidade dessa (e das outras) emissora, quanto a produção de um conteúdo educativo e relevante, que ao mesmo tempo, sirva de entretenimento para o telespectador Tupiniquim.
Alguém pode me explicar por que a rede Globo exibe seus melhores programas nos horários mais restritos ao trabalhador brasileiro? Claro que sabemos! Estamos falando de "din din", ou melhor, "plim plim". Os reclames, como anuncia Fausto Silva, são os cavalos que movem a grade da emissora, os quais, são movidos pela audiência. A equação é simples: O dinheiro vai para onde a audiência está. Se for para programas relevantes, melhor para o povo brasileiro, se não for, problema dele.
O absurdo disso tudo, é que justamente o povo brasileiro, é quem determina para onde vai a grana, através das suas escolhas de canais e programas assistidos. Sabendo disso, e claro, baseadas em seus índices de audiências passados, emissoras como a rede globo, entendem que programas de cunho cultural como: Altas Horas; Som Brasil; Programa do ; Ação; Globo Ecologia; Globo Ciência e Profissão Repórter, acabam sendo trocados, pelo telespectador, por um entretenimento "barato" na emissora concorrente. Por isso, são exibidos em horários dificílimos de serem acompanhados pela grande massa. São exibidos após à meia noite ou antes das oito da matina, pois realmente são feitos para uma target diferenciada da população.
Na verdade, somos nós mesmos quem montamos as grades de programação de todas as emissoras. Pois, os anunciantes que patrocinam os programas, o fazem conforme a audiência dos mesmos, ou seja, nós decidimos qual programa é mais lucrativo para eles.
Apesar disso, o brasileiro não percebe que possui tamanho poder, vemos isso claramente na política. A precariedade da nossa educação escolar e familiar, influenciam potencialmente a nossa condição manipulável. Por isso, talvez tenham razão aqueles que ainda hoje, insistem em dizer que as novelas da globo só ensinam "o que não presta". Sim, pois as emissoras sabem do poder de persuasão que exercem. Este é outro tema curioso, pois, escritores como o Manoel Carlos, sempre desenvolvem seus textos baseados em fatos da realidade, em conjunto com muita pesquisa de campo. Dizer que uma obra de ficção, influencia o comportamento de toda uma nação, só demonstra que a população em geral, não tem estrutura para assistir tais programas, o que nos leva a imaginar a criação de uma nova classificação para os programas exibidos, definidas pelo nível cultural de quem pode assisti-los, algo do tipo: Proibido para quem acredita em papai noel; Proibido para rebeldes sem causa; Proibido pra adúlteros incorrigíveis. Nestes casos, a arte imita a vida, e a vida, "reaprende" como fazer com a arte. Tornando o brasileiro um subproduto dele mesmo.
Enquanto o bom senso crítico não for comum à maioria da população, torço para que o impossível ocorra, para que emissoras dominantes como a rede globo, nos forcem a consumir cultura e bons valores, através de programas de qualidades exibidos em horários de grande audiência, nem que seja através de suas novelas.

Fonte da imagem

sábado, 12 de dezembro de 2009

Zé Geraldo - Zé e José



Artistas como Zé Geraldo, produzem sua arte à margem da grande mídia. Este é o Brasil! Que encanta o público com o talento dos artistas desencantados.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Internet - Uma terra ainda sem lei.

Desde o famigerado banho de mar de Daniela Cicarelli, que curiosamente após à exposição do seu romance ao ar livre, teve sua carreira impulsionada, assim como o YouTube no Brasil, os temas de "direitos de imagem", "imagem denegrida" e "danos morais" na internet, surgiram nas diversas mídias, tribunais, esquinas e butecos de toda a Tribo Tupiniquim. Assim como as responsabilidades, os direitos e os deveres dos internautas e das empresas responsáveis pela veiculação de conteúdos em diversos formatos (texto, fotos, áudio e video) como a Google (YouTube, Blogger, Orkut), Wordpress, Vimeo e etc.
Em geral, quando uma pessoa sente-se atacada, denegrida e ou ofendida na internet, percorre as seguintes etapas:
Procura o internauta responsável pelo conteúdo exibido;
Procura a empresa responsável pelo serviço que permite a exibição do conteúdo, quando este não for um site próprio;
Procura judicialmente, conseguir a remoção do conteúdo com o devido retratamento e uma boa indenização monetária.
Recentemente, soubemos do caso do estudante Emílio Moreno, que foi condenado a pagar R$ 16 mil, de indenização por danos morais à uma freira, diretora de uma escola em Fortaleza-CE, que foi ofendida no blog do Emílio, através de um comentário ANÔNIMO de um de seus leitores!
A notícia mais recente, é que a justiça tupiniquim, condenou a empresa Google a pagar mais de R$ 1,2 milhão ao piloto de F1 Rubens Barrichello, por manter vários "perfis falsos" do esportista no seu site de relacionamentos Orkut e por manter várias comunidades ofensivas à Barrichello no mesmo site.
No caso da Cicarelli, a justiça deu ganho de causa para o Youtube, pois entedeu-se que a partir do momento que o casal decidiu praticar sexo em um local público, estaria abrindo mão do seu direito de privacidade.
No caso do Emílio, infelizmente, além dele não comparecer numa audiência sem justificativa, deixou exceder o prazo para recorrer da sentença. Apesar da boa argumentação do advogado da freira, que lhe atribuiu responsabilidade pelo conteúdo dos comentários em seu blog, uma vez que ele possui ferramentas de mediação e filtragem dos mesmos. Certamente, com um advogado mediano, ele seria absolvido, uma vez que o comentário ofensivo à pessoa da freira não foi feito por ele, que de pronto excluiu o comentário quando foi procurado pelo escritório de advocacia que representou a ação.
Por fim, no caso de Barrichello, temos que admitir que as ferramentas de denúncia que o Orkut disponibiliza, são ineficientes e que o retorno da empresa quando procurada por e-mail realmente fica a desejar. A assessoria do piloto afirma que tentou esses dois mecanismos antes de procurar a justiça.
O poder legislativo deveria ter rapidez na elaboração de normas que venham a reger de uma forma mais precisa, os direitos e deveres dos internautas e das empresas da área. Percebemos hoje, grandes abusos por parte dos internautas e também, de pessoas oportunistas que tentam alavancar cifras em processos do gênero. Deve ser decidido também, a responsabilidade direta das empresas do setor, que não podem ser consideradas isentas de tudo como elas dizem, mas também, não podem ser responsabilizadas por um controle sobre milhões de usuários sem parâmetros de leis específicas.

[O Emílio Moreno, conseguiu negociar sua dívida de R$ 16 mil para R$ 5,5 mil, e criou uma vaquinha virtual para consegur arrecadar esse montante. Para ajuda-lo, vejam mais informações AQUI.]

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma típica semana brasileira


Semaninha curiosa essa que passou hein!?
Morre o "Robin" do Silvio Santos, o senhor Luiz Lombardi Netto, a voz mais famosa do Brasil.
Estoura nas TVs o mensalão do partido Democratas, onde o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, é o principal implicado.
Morre Leila Lopes. Atriz, ex-global, que atualmente estrelava filmes pornôs.
Agora a pouco, neste domingo dia 06/12/2009, o Flamengo se tornou hexa campeão brasileiro de futebol. (Tá! Eu sei que tecnicamente, domingo já é o primeiro dia da próxima semana. Mas vamos deixar essa passar ok?!)
Ao passo que se cala a voz que fez parte da vida de muitos brasileiros, vemos morrer também o grito de indignação da nação que pasmada, se cala diante de tantos escândalos políticos.
Ao passo que a corrupção é revelada nas TVs, revela-se o fim fatídico de uma alma em estado de depressão e angústia.
Ao passo em que perdemos mais um sorriso na dramaturgia brasileira, ganhamos milhares de sorrisos nas poltronas e arquibancadas rubro-negras de todo o país
Por fim, ao passo em que a TV demorou 17 anos para retumbar uma alegria coletiva, provavelmente, demorará mais que 17 para bramir novamente, uma voz que provoque tanta simpatia como a do amigo do patrão.
Curiosamente, há 17 anos atrás, em 1992, o Flamengo se tornava campeão brasileiro e o senhor Fernando Collor de Melo, era destituído do poder através de uma ação de impeachment. Hoje, o Flamengo sagrou-se novamente campeão brasileiro, será que a população do Distrito Federal irá receber como presente, o impeachment do senhor José Roberto Arruda?
Bom.. o Flamengo fez a parte dele! Que os responsáveis pelo processo de impeachment façam a parte deles também.

Humor - Os DelaSilva


Clique na imagem para amplia-la.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cadê os Caras-Pintadas?


- Cadê os "Caras-pintadas"? Cadê os incoformados desse país? A população tem que se juntar e metralhar toda essa corja da câmara e do senado!!! Eles roubando e agente se ferrando!!!
Assim vociferou o motorista da lotação que me levava ao trabalho essa semana. Cheio de indignação e abastado de sentimento de impotência e frustração, ele esbravejava sobre os últimos escândalos da política do Distrito Federal, onde o governador José Roberto Arruda e outros políticos distritais, entre eles o presidente da câmara distrital e o corregedor da mesma, foram flagrados recebendo dinheiro ilícito do ex-secretário de relações institucionais, Durval Barbosa.
Como cidadão, ele está repleto de razões para se indignar e reagir cobrando a punição de todos os envolvidos. Seria melhor ainda, se como cidadão, ele pelo menos soubesse em quem votou nas eleições passadas. Infelizmente, essa indignação apesar de ser exposta e reverberada em todos os botiquins de Brasília e região, não ultrapassa as fronteiras da apolitização, da descrença, do sentimento de impotência, da apatia e até, de um certo cinismo, já instaladas nos brasilienses. A raiz disto, deve-se ao fato de estarmos, mais do que quaisquer outros cidadãos brasileiros, expostos diretamente à lixeira moral que está impregnada em nossos governantes. Daqui, sentimos a podridão de perto, vemos o nosso maior jornal impresso, o Correio Braziliense, ser omisso em vários momentos de nossa política, pois os valores altíssimos de anúncios pagos pelo governo, lhe amordaça, lhe domestica. Aqui, histórias mais fétidas do que as das imagens dos videos mostrados, são compartilhadas no dia-a-dia por quem vive nos bastidores do poder. As cenas mostradas não são nenhuma novidade para a população distrital, muito menos para os políticos que por sorte e ou ocupação em outros mensalões, não apareceram nessa emboscada da policia federal.
Em 1992, eu estava com 13 anos de idade, cursava a 7ª série do primeiro grau do ensino médio. Morava no Gama, cidade satélite de Brasília - DF, estava vivendo na periferia da efervescente política estudantil da capital brasileira.
Sem dúvidas eram outros tempos. Éramos movidos por outras paixões e outras ideologias, mesmo que subjugados pelo mesmo espírito corrupto da política e empresariado brasileiro.
Sob risco de ser trucidado, gostaria de mostrar o outro lado de uma falácia: "Os Caras-pintadas tiraram Fernando Collor de Melo da presidência da república." Fico extremamente incomodado quando vejo a mídia divulgar esse logro Brasil a fora.
Como eu disse, eram outros tempos. Naquela época grêmios estudantis eram criados com consciência política e idealista, ingênua, mas idealista. Esses pouquíssimos estudantes mais ativos, encabeçavam e inflavam os demais. Mesmo assim, eram poucos os que de fato eram comprometidos e politizados, a maioria esmagadora dos estudantes aproveitava-se do movimento para matar aulas, paquerar, tomar cachaça e fumar maconha. É óbvio que uma manifestação de massa, apresentada de forma organizada, criou uma pressão sobre os políticos da época. Contudo, a organização das passeatas apenas tinham os alunos como testas-de-ferro. Os professores e diretores dos colégios, radicalmente petistas na época, eram de fato os mentores do movimento. Éramos interrompidos em sala de aula com avisos de que haviam ônibus nos estacionamentos dos colégios, para levar os alunos que quisessem participar da manifestação na esplanada dos ministérios e que depois nos trariam de volta. Os alunos que não quisessem ir, ficariam em sala de aula fazendo um trabalho (que não valeria ponto algum) ou seriam dispensados para suas casas. Oras! Éramos jovens criados ao som de Cazuza, Legião Urbana e Lobão. Quando os docentes explicavam o que significava impeachment e que deveríamos participar da passeata, nossos hormônios confundiam nossos cérebros e ouvíamos apenas "bagunça no ônibus!"
Juntando essa massa organizada, (na verdade, uma boiada alienada bem conduzida) com o poder da imprensa que insistia em dizer que toda a população, representada pelos Caras-pintadas queriam o impedimento imediato do presidente, os políticos da época, realmente se viram acuados e impelidos a quebrarem as caras alianças com o governo e votarem no impeachment de Collor.
É sabido também que tal pressão social, só obteve tamanho impacto, porque Collor estava num processo absolutista, onde não estava mais agradando aos partidos aliados e oposicionistas com a distribuição de ministérios e secretarias públicas, como hoje é feito de forma farta e banqueteira. Não que ele fosse incorrupto, o que ocorreu foi que não queria dividir o bolo, nem queria ceder pressões dos opositores de ocasião. (Um surto fatal de imperador lhe acometeu)
Tudo isso me veio a mente novamente, quando vi na televisão, manifestantes invadindo o plenário. Com bandeiras amarelo-rubras em punho, e uma paixão violenta e notóriamente esquerdista, me pergunto porque a imprensa não diz logo que foi uma invasão de partidários do PSOL? Partido que hoje, meio que simboliza o PT de 17 anos atrás. Receio que queiram forjar outra manifestação atribuída à população.
Com todo esse discurso, não quero desmerecer o valor do movimento dos Caras-pintadas nem da recente invasão. Quero apenas dizer e mostrar, que o povo continua inerte e que as mobilizações ainda são mentorizadas pela esquerda brasileira.
Minha geração cresceu ouvindo que "política e religião não se discute". Talvez por isso, estejamos vendo tantas mazelas na câmara, no senado e em nossas igrejas.
Devemos lembrar que o início do combate a corrupção acontece em nós mesmos, como bem ensinou Jesus Cristo: "Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão."

Meu amigo E.T. - PLC 122

Ele me chamou de crioulo!! Caramba! Ele está me provocando! Vou bater nesse E.T.. Será que ele tem algum tipo de raio laser ou raio desintegralizador? Bom, melhor deixar de lado a violência ?! Correr também não é uma opção, denuncia-lo por racismo muito menos. Putz! Humpf!
- Não se inquiete. Usei o termo Crioulo apenas para chamar sua atenção e mostrar-lhe que as leis de vocês continuarão ineficazes por muito tempo. É necessário que vocês evoluam para cumprirem tais leis, na verdade, se evoluídos fossem, nem precisariam delas.
- É. - Concordei com a lógica alienígena - Mas algo me diz que você quis tirar uma casquinha de mim, me chamando de crioulo zóião? - A essa altura eu perdera as ponderações anteriores.
- Sim. Sei que a sua involução atribui demasiado valor nas palavras que lhes são proferidas. É necessário despertar em você alguns sentimentos para enriquecer o meu relatório.
- Involução!? - Essa é "boa" - Quer dizer que E.T.s não se ofendem?
- Não.
- Porque?
- A sua pergunta já mostra a sua incapacidade de entender a resposta.
- Ih! Começou. Que "réiva" dessa cara .. ops.
Voltei-me para a passeata e fiquei refletindo com as observações do E.T.. Realmente, talvez sejamos muito involuídos. Esse projeto de lei por exemplo, em si mesmo é uma piada. Além de ser muito mal escrito, pois é cheio de subjetividades que permitem interpretações dúbias, possui penas "malucas" onde fica-se mais tempo preso pela tal lei, do que se matar uma pessoa. Além de ferir seríssimos direitos constitucionais, como o direito da livre expressão e pensamento.
E tudo isso surge, porque antes foram feridos os direitos das pessoas que serão beneficiadas caso a lei seja aprovada. Ou seja, estão criando uma lei, para combater o não cumprimento e o desrespeito dos direitos constitucionais de algumas pessoas e com isso, ferindo os direitos de outras. Que maluquice!
- Agora está começando a perceber o quanto são involuídos. - Interrompeu o E.T.
Sem responder para não dar nenhum gostinho para o alien petulante, continuei observando a passeata ir embora e fiquei com a impressão de que estava, naquele momento, vivendo alguns instantes de Dorothy, do mágico de OZ. Não sabia dizer se estava maluco e assim, o E.T. seria apenas uma alucinação do sol quente dessa terra seca do D.F., ou se os malucos eram as pessoas da passeata, juntamente, com as pessoas a favor desse PLC, ou até mesmo, se os malucos seriam os políticos. Não!! Políticos são tudo, menos "tan tans"!
- Eu devo estar "fora de mim". Devo está desacordado ou maluco. Nada disso está acontecendo! Esse E.T. mau humorado é coisa da minha mente. E... AHHHHHHHHHHH! - Fui interrompido com um choque na orelha dado pelo E.T. - Por que você fez isso?? Tá maluco???
- É apenas para você ter certeza que eu não sou uma alucinação. - Eu juro que mesmo com a completa ausência de expressão do E.T., eu poderia apostar que aquele safado sentiu prazer em me dar o choque.
- Devo te agradecer então? - Ironizei irado.
- Sim. Mas não o faça, pois não estaria sendo sincero.
- Devo xinga-lo então???
- Não. O choque que lhe dei é apenas cócegas comparado ao que posso fazer.
- Oxente! Tá me ameaçando?? Cadê aquele papo de evoluído? De não atribuir demasiados valores nas palavras proferidas?
- Como já disse, estou apenas provocando emoções e reações em você para enriquecer o meu relatório. Agora apresse-se. - Disse ele apontando o dedo enorme para a direção da rodoviária - Seu ônibus sai em 5 minutos.
- !? Como é que você sabe? Ah.. deixa pra lá! Acabou o relatório? É só isso?
- Por hoje sim. Outro dia eu encontro você para continuarmos.
Ao falar isso o E.T. desapareceu tão rápido como surgiu. Ainda maluco com tudo o que estava acontecendo, comecei a correr em direção da rodoviária. Pois esperar o próximo ônibus era tão ruim quanto tomar outro choque na orelha.