sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meu amigo E.T. - PLC 122

Ele me chamou de crioulo!! Caramba! Ele está me provocando! Vou bater nesse E.T.. Será que ele tem algum tipo de raio laser ou raio desintegralizador? Bom, melhor deixar de lado a violência ?! Correr também não é uma opção, denuncia-lo por racismo muito menos. Putz! Humpf!
- Não se inquiete. Usei o termo Crioulo apenas para chamar sua atenção e mostrar-lhe que as leis de vocês continuarão ineficazes por muito tempo. É necessário que vocês evoluam para cumprirem tais leis, na verdade, se evoluídos fossem, nem precisariam delas.
- É. - Concordei com a lógica alienígena - Mas algo me diz que você quis tirar uma casquinha de mim, me chamando de crioulo zóião? - A essa altura eu perdera as ponderações anteriores.
- Sim. Sei que a sua involução atribui demasiado valor nas palavras que lhes são proferidas. É necessário despertar em você alguns sentimentos para enriquecer o meu relatório.
- Involução!? - Essa é "boa" - Quer dizer que E.T.s não se ofendem?
- Não.
- Porque?
- A sua pergunta já mostra a sua incapacidade de entender a resposta.
- Ih! Começou. Que "réiva" dessa cara .. ops.
Voltei-me para a passeata e fiquei refletindo com as observações do E.T.. Realmente, talvez sejamos muito involuídos. Esse projeto de lei por exemplo, em si mesmo é uma piada. Além de ser muito mal escrito, pois é cheio de subjetividades que permitem interpretações dúbias, possui penas "malucas" onde fica-se mais tempo preso pela tal lei, do que se matar uma pessoa. Além de ferir seríssimos direitos constitucionais, como o direito da livre expressão e pensamento.
E tudo isso surge, porque antes foram feridos os direitos das pessoas que serão beneficiadas caso a lei seja aprovada. Ou seja, estão criando uma lei, para combater o não cumprimento e o desrespeito dos direitos constitucionais de algumas pessoas e com isso, ferindo os direitos de outras. Que maluquice!
- Agora está começando a perceber o quanto são involuídos. - Interrompeu o E.T.
Sem responder para não dar nenhum gostinho para o alien petulante, continuei observando a passeata ir embora e fiquei com a impressão de que estava, naquele momento, vivendo alguns instantes de Dorothy, do mágico de OZ. Não sabia dizer se estava maluco e assim, o E.T. seria apenas uma alucinação do sol quente dessa terra seca do D.F., ou se os malucos eram as pessoas da passeata, juntamente, com as pessoas a favor desse PLC, ou até mesmo, se os malucos seriam os políticos. Não!! Políticos são tudo, menos "tan tans"!
- Eu devo estar "fora de mim". Devo está desacordado ou maluco. Nada disso está acontecendo! Esse E.T. mau humorado é coisa da minha mente. E... AHHHHHHHHHHH! - Fui interrompido com um choque na orelha dado pelo E.T. - Por que você fez isso?? Tá maluco???
- É apenas para você ter certeza que eu não sou uma alucinação. - Eu juro que mesmo com a completa ausência de expressão do E.T., eu poderia apostar que aquele safado sentiu prazer em me dar o choque.
- Devo te agradecer então? - Ironizei irado.
- Sim. Mas não o faça, pois não estaria sendo sincero.
- Devo xinga-lo então???
- Não. O choque que lhe dei é apenas cócegas comparado ao que posso fazer.
- Oxente! Tá me ameaçando?? Cadê aquele papo de evoluído? De não atribuir demasiados valores nas palavras proferidas?
- Como já disse, estou apenas provocando emoções e reações em você para enriquecer o meu relatório. Agora apresse-se. - Disse ele apontando o dedo enorme para a direção da rodoviária - Seu ônibus sai em 5 minutos.
- !? Como é que você sabe? Ah.. deixa pra lá! Acabou o relatório? É só isso?
- Por hoje sim. Outro dia eu encontro você para continuarmos.
Ao falar isso o E.T. desapareceu tão rápido como surgiu. Ainda maluco com tudo o que estava acontecendo, comecei a correr em direção da rodoviária. Pois esperar o próximo ônibus era tão ruim quanto tomar outro choque na orelha.

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